Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Alexandra Forbes

A gourmet itinerante

Perfil Alexandra Forbes divide seu tempo entre Montreal, São Paulo e restaurantes pelo mundo afora.

Perfil completo

O que não mata engorda

Por Folha
03/10/12 03:00

À esq., Chef Enrique Olvera apresentando seus estudos com bananas apodrecidas, em Copenhague, com o blogueiro americano Adam Goldberg

Em seu restaurante Pujol, no México, Enrique Olvera serve banana podre. Ou, como prefere chamar no menu, “banana do domingo passado”, com raspas de noz macadâmia e menta. Usa também um vinagre de bananas que fermentaram por 23 dias. Às vezes, a linha entre o pútrido e o saboroso é tênue e subjetiva.

Se soa repugnante, nem queira pensar em provar o prato de cordeiro com alecrim do Coi, em San Francisco. Leva garum, um condimento líquido, escuro, com cheiro bem forte e peixoso, muito usado na Roma antiga. O chef-proprietário, Daniel Patterson, também anda pesquisando fermentações —daí a ideia de fazer seu próprio garum.

O ser humano sempre consumiu fermentados, de vinhos e cervejas a shoyu, queijos, embutidos e pães. Ao longo dos séculos, descobriu-se como domar cada fermentação, aperfeiçoando-se métodos. Mas faltou perguntar os porquês. Por que o queijo brie do João sai diferente do da Maria, se são feitos da mesma receita? Por que um pinot noir argentino difere de um francês? Porque são alimentos vivos, onde habitam bactérias que os transformam.

“São os micróbios que caracterizam cada terroir”, diz David Chang. Dono dos restaurantes Momofuku em Nova York, Sydney e Toronto, ele é outro chef de renome que resolveu dedicar-se a pesquisar a microbiologia. “É aí que está o futuro da gastronomia. Nós, chefs, estamos buscando manipular sabores. E sabores resultam de como micróbios e comidas interagem”, diz. Cientistas de Harvard vêm ajudando Chang nas experiências com fermentados, inclusive variações do kimchi, prato de repolho fermentado típico da Coreia, de onde vêm os pais dele.

Como diz o recém-publicado livro “The Art of Fermentation”, a fermentação é um potencializador de sabores. Os resultados ofendem certos paladares. Mas, na maioria dos casos, estão embrenhados no gosto popular. Sem queijo, vinho ou pão, meio mundo padeceria.

PS. Chang, Olvera e Patterson virão palestrar em novembro no Semana Mesa SP, do qual fiz a curadoria de chefs norte-americanos.

PS 2  – o relato do Adam Goldberg (mais conhecido pelo seu “username” nas redes sociais, A Life Worth Eating) é mais extenso e detalhado que o meu. De lá ele linka para vídeos das palestras que deram juntos em Copenhague, em julho, que me inspiraram a escrever sobre esse tema. Aqui vai o link, para os foodies “hard-core”... 🙂

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Sai o guia Michelin 2013 inglês: pub do chef Heston Blumenthal ganha uma estrela

Por Folha
28/09/12 14:45

Chef Heston Blumenthal em seu laboratório em Bray

Desde ontem só se fala no “vazamento” da lista dos estrelados pelo guia Michelin inglês, edição 2013. Como vazou? Quem revelou a bombástica notícia? Ora… e isso lá tem alguma importância para alguém além dos donos dos restaurantes? Much ado about nothing… 

 

Hoje, soltaram o release oficial. Este ano, não há nenhuma grande novidade, conforme podem ver a seguir… Digna de nota, só a estrela que deram ao Hinds Head o pub que Heston Blumenthal tem vizinho ao seu The Fat Duck, em Bray.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

O novo "look" da Osteria Francescana, cotada 5o melhor restaurante do mundo no ranking 50 Best

Por Alexandra Forbes
28/09/12 13:43

Osteria Francescana, em Modena Foto: Stéphanie Biteau

Estar no topo nunca é fácil – e para conseguir a permanência no topo, nada melhor do que mudar e evoluir constantemente.

Estou falando da Osteria Francescana, que dizem ser o quinto melhor restaurante do mundo (se é mesmo não sei dizer, já que ainda não comi lá, mas quem afirma é o ranking Os 50 Melhores Restaurantes do Mundo).

Em novembro passado veio outro prêmio super importante: a terceira estrela Michelin. O chef-proprietário, Massimo Bottura, vive irrequieto, não faz o tipo “agora que consegui o que queria vou exibir meus louros e só”. Como ele mesmo diz,

“No meu futuro há sempre mais futuro”

E…
“Interpretamos a nossa terceira estrela Michelin
como um ponto de partida, não de chegada. “
– Massimo Bottura

Resultado? Mal recebidas as 3 estrelas, Bottura resolveu transformar a aparência do restaurante: fechou em agosto e reabriu dia 5 de setembro com um novo “look” que, mais do que nunca, deixa explícito seu respeito e fascínio pela arte contemporânea.

Osteria Francescana Foto: Stéphanie Biteau

 

E dá-lhe arte! Estão expostas na Osteria, entre outras, obras de  Francesco Vezzoli, Carlo Benvenuto, Mario Sciffano. A impressionante coleção irá crescer: Bottura pretende levar para o restaurante obras de sua coleção particular, como a peça “Turistas”, de Maurizio Cattelan, que foi destaque duas vezes na Bienal de Veneza, e “Papel e Tinta”, uma instalação de Ceal Floyer. E mais: uma “meia-tela” de Jonathan Borofsky “saco de lixo”  e uma obra irreverente de Gavin Turk.Tem mais: a Osteria mistura fotos aérea de Roma da fotógrafa Grazia Toderi, em tons de sépia, com paisagens islandesas do famoso Olafur Eliasson. Para completar, trabalhos de Peter Halley, Matthew Barney, Boetti Alighiero, Crewdson Gregory e Luca Pancrazzi.

“Dois passos para trás, um passo em frente.
Invista em compreender a sua própria história
inclusive a gastronômica, antes de procurar o novo. “
Massimo Bottura

Chef Yoji Tokuyoshi na nova cozinha da Osteria Francescana Foto: Stéphanie Biteau

A cozinha ultramoderna é nova. A entrada caixa-de-joias, idem – e decorada com móveis  Bottega Veneta e luminária brincalhona de Ingo Maurer (“Campari”). Teve até “lighting designer” envolvido na coisa, imaginem vocês.

Tenho jantar marcado dia 24 de outubro. Será o primeiro.

Acho que vou chegar uma hora antes só pra admirar o “visú”. Senão, pra que tanto capricho? Se o cliente entra, senta, come, paga e vai dormir, qual é o propósito de tamanho cuidado estético, não?

Tema complexo que faz pensar…


Crédito das fotos, exceto a do chef, Stéphanie Biteau, do blog Cookooning.

E mais sobre Massimo Bottura e Osteria Francescana:

  • Massimo Bottura no evento Mistura, em Lima, no COMIDA
  • Massimo Bottura no MAD Symposium em Copenhague, no COMIDA
  • Um jantar na Osteria Francescana, prato-a-prato
  • Vídeo: o dia em que os chefs David Chang (Momofuku Ko) e René Redzepi (NOMA) baixaram na Osteria Francescana de surpresa

 

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
Posts seguintes
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Email@grupofolha.com.br
  • Twitter@aleforbes

Buscar

Busca
Publicidade

Categorias

  • 50 Best
  • Austrália
  • Bélgica
  • Brasil
  • Canadá
  • Chefs
  • Dinamarca
  • Espanha
  • Estados Unidos
  • Fóruns gastronômicos
  • Guias e rankings
  • Inglaterra
  • Itália
  • Londres
  • México
  • Nova York
  • Peru
  • Piemonte
  • Restaurantes Japoneses
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo
  • Suécia
  • Tendências gastronômicas
  • Uncategorized
  • Versão impressa
  • Recent posts Alexandra Forbes
  1. 1

    Em risco de extinção

  2. 2

    Chefs passam o chapéu

  3. 3

    Peixe: nem sempre fresco é melhor

  4. 4

    Entramos no mapa. E daí?

  5. 5

    Escondidinho é melhor

SEE PREVIOUS POSTS

Blogs da Folha

Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).