A onda dos pop-ups, parte dois
04/06/14 02:01Já em 2011 falei aqui sobre a onda dos pop-ups, restaurantes temporários geralmente instalados em espaços inusitados (como um caixote de vidro montado sobre um antigo prédio de Paris). Os primeiros causaram frisson e foram copiados ao redor do mundo, até que o conceito virou carne de vaca.
De repente, chegou com tudo uma segunda onda de pop-ups, mas desta vez comandados pelos maiores chefs do mundo. O chef-celebridade Heston Blumenthal, do The Fat Duck —que a certa altura foi cotado número um do mundo— anunciou que transportará o restaurante (e a equipe) para Melbourne, na Austrália, em fevereiro que vem, por seis meses. O Fat Duck australiano, diz ele, será como o original.
René Redzepi, chef-proprietário do Noma, cotado número um do mundo na lista dos 50 melhores da revista “Restaurant”, fará o mesmo. Instalará o Noma no hotel Mandarin Oriental de Tóquio, de 9 a 31 de janeiro de 2015, fechando a casa-mãe. Em seu site oficial, explica: “Toda nossa equipe se mudará para Tóquio, mas deixaremos nossos ingredientes em casa. Aplicaremos nossa filosofia e sensibilidade aos melhores ingredientes invernais do Japão”.
Em outubro, surgirá em Nova York um pop-up do Alinea —restaurante de Chicago que está em nono lugar na lista dos 50 melhores. O chef-proprietário Grant Achatz diz que resolveu fazer isso para motivar o time. “Muitos dos nossos jovens cozinheiros nunca foram a Nova York”, diz. “É excitante e divertido fazer coisas que saem da rotina.”
Os irmãos Roca, donos do catalão El Celler de Can Roca, número dois do famoso ranking, irão ainda mais longe, transportando todo o time em um tour por quatro cidades: Cidade do México, Monterrey, Medellín e Lima. A matriz fechará de 31 de julho a 6 de setembro. Segundo eles, o objetivo é “partir do zero em outro contexto culinário”. Mas, como Blumenthal, Achatz e Redzepi, querem, além de explorar novo território, divulgar o restaurante e romper o status quo.
Camarão que dorme a onda leva…