Alexandra ForbesMéxico – Alexandra Forbes http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br A gourmet itinerante Fri, 16 Jan 2015 19:19:21 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 México, a bola da vez http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/10/16/mexico-a-bola-da-vez/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/10/16/mexico-a-bola-da-vez/#respond Wed, 16 Oct 2013 06:00:08 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=1785 Continue lendo →]]>

Mole, um molho que virou um protagonista de um prato no Pujol, restaurante de Enrique Olvera na Cidade do México

Não há chef mais genial que Albert Adrià, irmão de Ferran. Pergunte a ele o que acha do México, país que já visitou 14 vezes, e ele responderá: “Me encanta, tengo alma de mexicano”.

Em janeiro, abrirá em Barcelona um restaurante mexicano, maior do que seu famoso Tickets (onde serve tapas modernas). Terá uma taqueria e mezcaleria (bar de tacos e mezcal, o destilado primo da tequila que virou moda entre mixologistas) além de um salão com 80 lugares.

Ele é um de muitos chefs não-latinos a cair de amores pela cozinha mexicana, a bola da vez. Tudo começou com o chocante anúncio, em 2010, de que Alex Stupak iria deixar o posto de chef-pâtissier no WD-50 (premiado restaurante de vanguarda) para abrir o mexicano Empellón, também em Nova York. Poucos entenderam a vertiginosa guinada na carreira. Mas o sucesso foi tanto que logo veio um filhote mais casual: Empellón Taquería.

Desde então, a onda mexicana alastrou-se por Nova York. A inglesa April Bloomfield (the Breslin) fincou bandeira no Midtown, com seu Salvation Taco. O estrondoso sucesso ABC Kitchen, do francês Jean-Georges Vongerichten, perto da Union Square, ganhou há pouco irmão “chicano”: o ABC Cocina também foca nos tacos, embora o menu esteja mais para “nuevo latino” do que propriamente mexicano.

Até Danny Bowien, o americano de descendência coreana que virou sensação em Nova York com o Mission Chinese, resolveu testar seus dotes de “tortilheiro”. Abrirá na mesma cidade o Mission Cantina.

Em breve, todos terão que competir com um chef mexicano e de muito peso: Enrique Olvera, cujo Pujol, na Cidade do México, está entre os melhores restaurantes do mundo. Estrela da gastronomia de seu país, prepara a inauguração de um restaurante em Manhattan.

Essa onda mexicana vem no rastro da peruana. E nós, brasileiros, a comer poeira. Pena não existir um único ótimo restaurante verdadeiramente brasileiro lá fora que não seja churrascaria. Não está na hora?

 

E mais México:

Iñaki Aizpitarte, do Le Chateaubriand, em Paris: outro chef apaixonado pelo México, conta porque em vídeo

 

 

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Jordi Roca do El Celler de Can Roca: vídeo da palestra no Mesamérica http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/jordi-roca-do-el-celler-de-can-roca-video-da-palestra-no-mesamerica/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/jordi-roca-do-el-celler-de-can-roca-video-da-palestra-no-mesamerica/#comments Wed, 29 May 2013 16:55:19 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=1305 Continue lendo →]]>

Jordi Roca, pâtissier do El Celler de Can Roca, com sua mulher e braço direito Ale Rivas no Mesamérica

Uns dias atrás contei que não pretendia escrever aqui um entediante resumão do Mesamérica, o ótimo fórum gastronômico de que participei semana passada na cidade do México. Prefiro apresentar uns flashes que foram, para mim, os highlights.

O primeiro já postei: vídeo do final de uma entrevista com o sempre divertido Iñaki Aizpitarte, do Le Chateaubriand, em Paris.

O segundo é este que segue: vídeo da apresentação, na íntegra, do Jordi Roca, postado pelo site Animal Gourmet, o mesmo que fez a transmissão ao vivo por streaming (mão na roda!!).

Jordi é, para mim, mais criativo e genial pâtissier do mundo, ao lado de Albert Adrià. Muito do que ele mostrou eu já conhecia (mas só porque sigo de muito perto o trabalho dos irmãos Roca, sobre quem escrevi na FOLHA recentemente, aqui e aqui).

Mas Jordi demonstrou algo bizarro e fascinante (35:00 do vídeo) que eu jamais havia visto: uma sobremesa “viva”, que parece respirar (sorvete de masa madre envolvo em merengues de vinagre com compota de cacau, lichias frescas e tostadas).

“Es el plato más raro que hemos hecho”, disse Jordi ao mostrá-lo inspirando e expirando. Coisa de casa mal-assombrada. 🙂

Jurpurdeus.

Ele também passou um vídeo que explica a ópera gastronômica que ele lançou com os irmãos dia 6 de maio em Barcelona, El Somni.

Para mim, a novidade foi o último vídeo (aos 40 minutos do vídeo abaixo), um nonsense bem feito e encharcado de humor. Porque sem humor, de que adianta serem os #1 do mundo? Acho louvável que eles não se levem a sério demais….

(assistam em tela cheia!)

 

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E mais México:

E mais Roca:

 

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Mexer no “mole” não é moleza http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/mexer-no-mole-nao-e-moleza/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/mexer-no-mole-nao-e-moleza/#comments Wed, 29 May 2013 05:07:13 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=1298 Continue lendo →]]>

O excelente mole de Enrique Olvera, no Pujol: saiu a carne, ficou só o molho

Muitos dos melhores restaurantes do mundo homenageiam receitas tradicionais de seus países em releituras modernas. Qualquer um fazendo cozinha de autor em Lima serve ceviche, o prato nacional.

Chefs americanos adoram reinventar o hambúrguer e o “mac’n’cheese” (massa com queijo). Helena Rizzo virou a feijoada de ponta-cabeça no Maní —e perdi a conta de quantas sobremesas inspiradas no romeu e julieta já comi em São Paulo.

Não surpreende que reputados chefs do México (de onde acabo de chegar) tenham, em seus menus-degustação, “mole” (famoso molho de Oaxaca, feito com especiarias), tacos, tostada (disco crocante com coberturas) e outros clássicos.

Ao experimentar, em rápida sucessão, alguns dos restaurantes mais renomados da capital mexicana, vi, além de pratos, muitos ingredientes em comum: chiles, atum, porco, tutano, tortilhas, limão etc. Assim como Vik Muniz e Jeff Koons fariam obras totalmente diversas se alguém lhes desse as mesmas sete tintas, cada chef serve um México muito seu.

Foi inevitável comparar. Enrique Olvera, do Pujol —de longe o melhor endereço que visitei—, serve um “mole” primoroso, envelhecido 75 dias e apresentado sobre tortilha, simplesmente. Complexo, provocador.

O mole do restaurante Quintonil: menos interessante, mas gostosa a combinação com um tipo de abóbora e pera.

O “mole” de Jorge Vallejo, no Quintonil, tinha menos intensidade e mais amargor, mas combinou bem com o “chilacayote” (abóbora).

Já o “mole de fiesta” de Daniel Ovadia, do Paxia, era desastroso: confuso, picante demais e perdido entre demasiados elementos, inclusive até um inseto vivo!

Embora seja louvável homenagear tradições culinárias, aí também mora o perigo. Para cada chef que interpreta com brilho um taco de rua, deve haver cinco que, em vez de melhorarem o original, pioram-no.

No extinto El Bulli, o chef Ferrán Adrià soube inventar um estranho bocado que tinha mais gosto de gaspacho do que o próprio gaspacho, assim como seu irmão Albert Adrià serve em Barcelona pseudoniguiris tão maravilhosos quanto os sushis dos maiores mestres japoneses. Mas nem todo cozinheiro é um Adrià…

Peru (no centro) é tradicionalmente servido com mole no México. Boas intenções mas resultado desastroso e confuso nesse pavo con mole de fiesta do restaurante Paxia. Até inseto vivo tinha no prato.

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Iñaki Aizpitarte do Le Chateaubriand, em vídeo: "me encanta México!" http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/05/27/inaki-aizpitarte-do-le-chateaubriand-em-video-amo-o-mexico/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/05/27/inaki-aizpitarte-do-le-chateaubriand-em-video-amo-o-mexico/#comments Mon, 27 May 2013 15:44:07 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=1284 Continue lendo →]]>

Chef Iñaki Aizpitarte do Le Chateaubriand

Acabo de chegar do México, onde estive assistindo ao fórum gastronômico Mesamérica, organizado pelo chef Enrique Olvera, do restaurante Pujol.

Poderia escrever páginas e páginas sobre as palestras, que foram muitas – umas ótimas outras menos. Mas seria chato para vocês, creio.

Um bom resumo geral foi postado em inglês no site EATER.

Prefiro fazer uns posts contando dos highlights. E um dos maiores highlights foi ouvir a entrevista dada pelo figuraça Iñaki Aizpitarte a uma tevê local. Sentei-me no canto e gravei tudo. Divido com vocês o finalzinho, apenas.

“Hacer amor con una mexicana comendo tacos, tomando tequila, con mariachis….” Hi-lá-rio!
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Iñaki fez palestra comovente, em que exibiu um vídeo sacado, editado com pegada jovem, mostrando-o dando a provar a pessoas diversas sua versão moderna do doce tocino del cielo. Velhos, crianças, grupos de adolescentes, freiras… muito bonita ideia de levar de volta ao lugar de onde veio a receita original uma receita dele, nova. Textura diferente, cara diferente mas essência igual. (Aqui, um parêntese: comi esse toucinho do ceu no Le Chateaubriand e fui à loucura. Tão orgásmico que pedi para repetir!!)

 

O tocino del cielo que comi ano passado no Le Chateaubriand… duas vezes!!

O vídeo, não tenho como mostrar. Mas fotografei as notas do próprio Iñaki – vejam o que ele leu para a plateia, que poético. O lado sensível do chef que muitos amam chamar de fechado/overrated/difícil.

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