Alexandra ForbesAustrália – Alexandra Forbes http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br A gourmet itinerante Fri, 16 Jan 2015 19:19:21 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O culto ao café de origem http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/20/o-culto-ao-cafe-de-origem/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/20/o-culto-ao-cafe-de-origem/#comments Wed, 20 Mar 2013 03:00:02 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=1000 Continue lendo →]]>

Um dos muitos pequenos cafés de Melbourne

“Aqui a gente despreza o Starbucks”, disse Fiona Sweetman, que organiza um passeio guiado em Melbourne, na Austrália, chamado “a cultura de frequentar cafés”.

Ela se gaba de contar que a multinacional americana pretendia abrir mais de 20 filiais em sua cidade, mas voltou atrás ao notar ter perdido a batalha para os pequenos cafés locais, cuja fiel clientela aprecia grãos cuidadosamente escolhidos e torrados, principalmente “single origin” (de uma fazenda específica).

Machiatto do Brother Baba Budan

Seguindo sua dica, fui provar o ótimo Brother Baba Budan, local pouco maior do que um closet, onde jovens baristas compenetrados preparam cappuccinos e machiatti (ou um “pretinho” de coador fresquíssimo) para clientes esperando em pé. Em lousas, rabiscam os cafés do dia, com país de origem e notas de sabor, como se fossem vinhos. O BBB é um entre centenas de cafés dessa cidade.

“Fazenda” de café urbana, maior atração do festival de gastronomia e vinhos de Melbourne

A maior atração do Melbourne Food and Wine Festival, neste mês, foi a Fazenda de Café Urbana. Por esse pop-up feito de caixotes de importação de sacas e 125 pés de café, passaram mais de cem mil pessoas, para degustar “blends” e assistir a seminários como o “Volta ao Mundo em Oito Cafés”.

Em Melbourne e Sydney, vi um sem-fim de belas máquinas de expresso. Como em outras cidades onde o culto ao café explodiu, é mais fácil achar um expresso com belíssimo creme do que um latte de marca global.

Capricho máximo no machiatto que tomei no restaurante do hotel QT em Sydney

“Temos imenso orgulho de nosso café”, diz Natalie O’Brien, CEO do festival de Melbourne. Ela não se refere à matéria-prima, mas de quão bem selecionam e torram os grãos, do capricho investido em cada xícara.

Café de coador: feito xícara a xícara no Brother Baba Budan

Quem diria que cafeterias premium emplacariam antes na Austrália do que no Brasil, maior exportador mundial. Avançamos nos últimos anos, mas lugares do nível de um Coffee Lab (SP) são raros.

Na Austrália, onde se usa até o termo “baristas caseiros”, o bacana é ter o trabalho de tirar um café à mão, de pó moído na hora e de origem controlada. Já no Brasil, ricos acham chique apertar um botão e servir um Nespresso quentinho.

Capuccino do hotel Crown Metropol

]]>
2418
Queen Victoria Market, em Melbourne: retrato do que comem os australianos http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/17/queen-victoria-market-em-melbourne-retrato-do-que-comem-os-australianos/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/17/queen-victoria-market-em-melbourne-retrato-do-que-comem-os-australianos/#comments Sun, 17 Mar 2013 13:43:33 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=970 Continue lendo →]]>

Gosto de visitar o mercado de toda cidade para onde viajo, e em Melbourne não foi diferente…
Para mim, é o modo mais rápido de entender um povo e seus gostos – pelo menos à mesa.

Fiz um tour guiado super didático no Queen Victoria Market, que terminou com paradas em lojinhas de queijos e embutidos para mini-degustações.

Ali aprendi o seguinte: os melhores queijos australianos são ótimas imitações de clássicos franceses (brie, triple crème, reblochon) e cheddars ingleses. Principalmente os da queijaria King Island dairy – que filha em uma ilhota perto da Tasmânia – (e cujo website anuncia, modestamente, “lar dos melhores queijos da Terra, (…) nada chega perto”):

Pouco fotogênico porém delicioso o triple crème da King Island Dairy

Outra coisa que me impressionou: as ostras. Adorei o modo como abrem ostras – de diferentes variedades – na hora, para quem quiser comê-las em seguida. E comprei meia dúzia de “rock oysters”, menorzinhas e de concha mais funda – geralmente, ostras desse formato são mais doces e cremosas. Deusdoceu que maravilha!!

Ainda no capítulo marítimo, belíssimos os blue crabs (siris azuis), abundantes:

Blue crabs

E os crayfishes….

Crayfish

Já a parte de frutas e verduras achei bem fraca…. nada muito interessante/diferente além dos finger limes (frutas cilíndricas com bolinhas de gosto cítrico no interior) e desses kiwizinhos (que já vi até no Brasil):

O mercado, simpático e organizado, tinha poucos turistas, exceto grupos de estudantes, como essas japonesas comendo doughnuts:

Doughnuts, aliás, sem o típico buraco no meio, e com recheio dulcíssimo de geleia. Herança inglesa?

 

Achei que eu não poderia sair dali sem provar carne de canguru. E não é que foi super difícil de achar, entre as dezenas de bancas vendendo carnes, alguma que tivesse carne de canguru? Assim descobri que os nativos são muito mais fãs de porco, frango e boi….

Uma das raras bancas do mercado onde se encontra canguru à venda

A todos a quem eu perguntava, ouvia comentários do tipo “ah, é uma carne forte, com gosto de caça….”

Resolvi tirar a teima e comprei um pouquinho da carne já moida, geladinha, nessa banca aqui:

E sabem do que mais? Depois de comê-la crua, in natura, concluí que era bobagem essa história de que a carne de canguru é forte. Não sei que corte era,  mas tinha o gosto e a textura de um filé mignon. Carne magra e super macia, deliciosa!

Carne de canguru (roo) moída

Conclusão: os australianos (ou os “melbournianos, melhor dizendo) passam muito bem, obrigada. Têm ostras, peixes e crayfishes maravilhosos. Queijos à francesa de tirar o chapeu. Carnes – inclusive maturadas, e de gado tipo wagyu – de primeira. E um mercado agradável, embora menos exótico e menor do que eu esperava.

E mais posts sobre a Austrália:

O novo e excelente hotel QT, em Sydney
Sydney em 10 imagens
Melbourne e o microscópico mundo da alta gastronomia

 

 

 

]]>
2695
QT Sydney: quando um hotel-butique dá certo http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/16/qt-sydney-quando-um-hotel-butique-da-certo/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/16/qt-sydney-quando-um-hotel-butique-da-certo/#comments Sat, 16 Mar 2013 19:34:58 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=953 Continue lendo →]]>

Porteira do hotel QT Sydney

Tenho bode de hoteis-butique. Me cansa a música lounge tocando por toda parte, os corredores escuros e, principalmente, os funcionários metidos a besta, hipsters ineficientes. Impressionante como 90% dos hoteis-butique em que já me hospedei têm isso em comum.

Por isso minha estadia no QT Sydney semana passada foi uma agradável surpresa.

spa do QT Sydney Foto: divulgação

O lugar tem cara de hotel butique (e sim, toca música nos ambientes públicos, que felizmente não é lounge) mas consegue entregar o esperado: bom serviço, e conforto no quarto.

Sabem quando um hotel moderninho preocupa-se tanto com o visual de um abajur que se esquece que o principal papel do dito abajur é iluminar? Em Paris, fiquei em um quarto ano passado no Mama Shelter que tinha uma lâmpada presa a um clip gigante fazendo as vezes de abajur. A cúpula? Uma máscara de palhaço. Eu mal conseguia achar as roupas, tamanha a escuridão. Palhaçada.

Enfim: o resumo é que o look nunca deve ser mais importante do que a utilidade. E no QT Sydney eles acertaram a mão.

Fiz um vídeo, ao invés de fotos – ruinzinho, desculpem. Mas dá uma ideia do estilo do hotel.

Aqui, o link.

 

p.s. Viajei a Sydney a convite do Tourism Australia.

Foto: divulgação

]]>
2680
A bela Sydney, na Austrália, em 10 imagens http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/15/a-bela-sydney-na-australia-em-10-imagens/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/15/a-bela-sydney-na-australia-em-10-imagens/#comments Fri, 15 Mar 2013 15:57:33 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=939 Continue lendo →]]>

Sydney Harbour Bridge, que pode ser escalada

Como já sabem os que me seguem no Twitter e no Instagram (@aleforbes), acabo de voltar da Austrália. Nossa, que terra longínqua, Deusdoceu! 😉

Passei 4 dias em Melbourne e 2 em Sydney – não recomendo a ninguém conhecer as cidades tão apressadamente, faz muito mais sentido ficar mais dias.

E por mais simpática que tenha me parecido Melbourne – e achei mesmo! – a verdade é Sydney me pareceu mais bonita, mais excitante, mais fotogênica e mais cosmopolita.

Contarei mais em novos posts e também na FOLHA, mas queria, desde já, ilustrar com imagens porque me encantei por Sydney….

Hotel maluquete com cavalo no topo, no bairro de Surry Hills

Palmer & Co., um de muitos bares estilo speakeasy

Fratelli Paradiso, em Pott’s Point: café da manhã nada turístico

Bondi Beach, ótima para surfar

Indo de Bondi Beach rumo ao Hunter Park

Vista do restaurante Icebergs, em Bondi Beach

 

Vista da suíte mais luxuosa do hotel Park Hyatt: a famosa Opera House

 

O salão envidraçado do restaurante Quay, com vista incrível para a Sydney Harbour Bridge e, do outro lado, a Opera House

Museu de Arte Contemporânea

p.s. Viajei a Sydney a convite do Tourism Australia.

 

]]>
2690
Melbourne e o microscópico mundo da alta gastronomia http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/10/melbourne-e-o-microscopico-mundo-da-alta-gastronomia/ http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/2013/03/10/melbourne-e-o-microscopico-mundo-da-alta-gastronomia/#comments Sun, 10 Mar 2013 01:53:21 +0000 http://alexandraforbes.blogfolha.uol.com.br/?p=922 Continue lendo →]]>

Já fui a um bom número de fóruns de gastronomia pelo mundo, mas até hoje me surpreendo quando encontro chefs que conheço lá do meu “pedaço” dando palestra do outro lado do planeta.

Estou na civilizada e ensolarada Melbourne, na Austrália, para fazer a cobertura do divertido Melbourne Food and Wine Festival. E embora vários australianos tenham subido ao palco, as grandes estrelas do evento vieram de tão longe quanto eu.

Há o Virgilio Martinez, nova promessa peruana, cujo restaurante Central, em Lima, só perde para o Astrid & Gastón de seu mentor, o famoso Gastón Acurio.

Há Enrique Olvera, o Alex Atala do México, que além de muito festejado por seu restaurante Pujol agora está envolvido na organização de um outro fórum de gastronomia, o Mesamérica, em seu próprio país (Alex Atala e Gastón Acurio, entre muitos outros nomes, irão participar da próxima edição, em maio).

Há Magnus Nilsson, de quem já muito falei aqui na FOLHA.

E há Sean Brock, do Husk, na Carolina do Sul, outro jovem superstar da gastronomia, que esteve em São Paulo em 2012 para a Semana MesaSP.

Simpático membro do time do Melbourne Food and Wine Festival, na Austrália, dá as boas-vindas com coqueteis inventivos

Jantei com eles anteontem em uma reserva ecológica, em que o maior talento local, Ben Shewry, do premiado restaurante Attica, assou porco e repolho debaixo da terra usando método tradicional (hangi) de seu país de origem, a Nova Zelândia.

Chef Ben Shewry, do restaurante Attica, em Melbourne, desenterrando o porco que assou sobre pedras escaldantes

E enquanto conversávamos sob as estrelas e lampadinhas de quermesse eu me admirava com o surrealismo da cena e com o encurtamento das distâncias que separam esses jovens de seus clientes e admiradores, hoje espalhados pelos quatro cantos do globo.

Por um lado, é um privilégio tê-los todos juntos aqui, falando de suas filosofias de trabalho. Por outro, eu me pergunto se está certo um mundo em que talentos como eles sentem-se obrigados a fazerem marketing pessoal batendo cartão em eventos como o Melbourne Food and Wine Festival, para ajudar a garantir a sobrevivência de seus negócios – abandonando temporariamente, no processo, o próprio restaurante que lhes alçou à fama. (Essa reflexão foi tema da minha coluna no COMIDA dessa semana, aqui o link).

E mais de meus escritos sobre Magnus Nilsson e fóruns gastronômicos aqui na FOLHA:

]]>
3406